sexta-feira, junho 30, 2006

Nova pesquisa Datafolha

ou "Por quê devemos prestar atenção nas notícias que lemos, principalmente se for na Folha"

A pesquisa reproduzida ao lado, disponível no site do Datafolha, mostra que, em relação à última pesquisa, Lula subiu de 45% para 46%, enquanto Alckmin deu um salto de 7 pontos, passando de 22% para 29%. O que estará acontecendo? O tucano iniciou uma disparada? Lula está ameaçado?

Tsc tsc. Basta olhar o quadro com atenção e desvendar o mistério: Enéas (Prona), que tinha 4%, e Roberto Freire (PPS), que tinha 2%, desistiram de ser candidatos, e Heloísa Helena (PSOL) baixou de 7% para 6%. Somando: 4% de Enéas + 1% de Heloísa Helena + 2% de Roberto Freire = 7%. Exatamente a "disparada" do Geraldo. Como o tucano só ganhou votos da parte inferior da tabela, mesmo assim porque dois abandonaram a competição, e Lula subiu, ainda que apenas 1 ponto, dá pra deduzir que, pelo menos até agora, tem sido nulo o efeito da estratégia tucano-pefelista de atacar fortemente Lula, o PT e o governo federal.

Mas olha só que curiosa a manchete da folha online:

"Alckmin sobe, mas Lula ainda venceria no 1º turno, diz Datafolha"

A matéria ainda diz que "Alckmin cresceu de 22% para 29% desde o final de maio, enquanto o presidente Lula oscilou de 45% para 46%." Oscilar agora é sinônimo de subir?

"A reportagem da Folha mostra que o presidente vence o tucano entre os eleitores menos escolarizados, com menor renda e nordestinos. Já o tucano Alckmin vence no Sul, entre os eleitores mais ricos e instruídos.

A pesquisa indica ainda que o tucano é visto como 'sério, confiável e bom administrador' e Lula teria a 'afinidade com os pobres e os de origem humilde'."

É impressão minha ou há uma leve(!) intenção de levar o leitor a crer que os inteligentes votam no Geraldo enquanto os ignorantes votam em Lula? Será que os brilhantes editores não perceberam ainda que isso não está funcionando?

quinta-feira, junho 29, 2006

Bolsa Família cumpre antecipadamente a meta para o fim do ano

O programa Bolsa Família — o maior programa de transferência de renda já desenvolvido no país — cumpriu sua meta de atendimento antecipadamente. A partir deste mês, o benefício passará a ser recebido por 11,1 milhões de famílias em todo o país, com a distribuição prevista de R$ 8,3 bilhões neste ano. Esta meta havia sido fixada para o final de 2006, com base na estimativa de famílias identificadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2004. O valor médio do benefício é de R$ 62,00. O presidente Lula da Silva participou, em Contagem/MG, da cerimônia em comemoração ao cumprimento da meta do Bolsa Família. Participaram ainda o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e a secretária nacional de Renda de Cidadania, Rosani Cunha.

Embora tenha atingido a meta antecipadamente, o presidente Lula pediu que as prefeituras e a sociedade ajudem o governo a cadastrar quem ainda está fora do programa. "Pode ter uma pessoa que não tem direito e está recebendo. Pode ter uma pessoa que tem direito a receber e não foi cadastrada", disse o presidente. "O governo está precisando da ajuda da sociedade para que possa atender as pessoas pobres que ainda não foram cadastradas." De acordo com o Palácio do Planalto, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome atualizou o cadastro do programa entre julho de 2005 e março deste ano, o que resultou no bloqueio de cerca de 51 mil benefícios e no cancelamento de 562 mil. Além do ministério, o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria Geral da União (CGU) e os ministérios públicos estaduais e federal fiscalizam a execução do programa.

terça-feira, junho 27, 2006

Jornalismo padrasto

(Por Luiz Weis, no blog Verbo Solto, do Observatório da Imprensa)

Teria sido pedir muito aos grandes jornais que, na cobertura da convenção do PT que formalizou a candidatura do presidente Lula à reeleição, se abstivessem de chamá-lo de pai dos pobres e de compará-lo a Hugo Chávez?

Pelo lido, no caso de dois deles, Estado e Folha, teria sido, sim - embora se suponha que qualquer calouro de ciência política saiba que a expressão e a comparação são palavras e idéias fora de lugar quando aplicadas a Lula.

Ele pode ser criticado pelo que se queira, por se achar uma vítima dos "setores elitistas", por exemplo, mas não pode ser objeto de um óbvio erro de pessoa.

Em um P.S., na nota de ontem "A mão que lava a outra", registrei que o Estadão foi maldoso ao publicar que o slogan da campanha reeleitoral do presidente - "Lula de novo. Com a força do povo" - reproduzia "o estilo populista do líder venezuelano Hugo Chávez".

Depois, um assinante do Estado - que vive fora de São Paulo e portanto não recebe a edição final do diário - me informou que da edição que lhe chegou às mãos, fechada antes - não constava a referência a Chávez. Foi portanto acrescentada por algum redator ao texto original da repórter Vera Rosa, que cobre o PT há anos com objetividade e correção.

Fica portanto a dúvida se é de sua autoria ou de algum editor com vocação para editorialista a seguinte passagem de uma de suas matérias de hoje sobre a convenção. Nela se lê:

"Inspirado em dois estilos populistas - o do líder venezuelano Hugo Chávez e do brasileiro Getúlio Vargas - o marketing do presidente reforça a imagem de "pai dos pobres". Foi justamente esse tom o tom do discurso de ontem, quando o presidente assumiu sua candidatura à reeleição."

Então ficamos assim: se ele promete "manter e aprofundar os programas sociais" do seu primeiro mandato é porque se inspira em um presidente estrangeiro que nem havia nascido (por assim dizer), quando Lula defendia as mesmas coisas, e em um presidente brasileiro que morreu antes dele nascer (por assim dizer), e começar a carreira de ativista, combatendo a herança da política sindical do falecido, além de mais tarde se fazer político rejeitando o modelo nacional-populista autoritário do primeiro governo Vargas [o que Brizola, aliás, nunca lhe perdoou].

Para a Folha, Lula "se apresentou no figurino do "pai dos pobres", ou, mais adiante no mesmo texto, "assumiu a face de "pai dos pobres" quem vem desenhando há meses". Isso, presumivelmente, porque disse que sua meta nunca foi apenas o superávit [fiscal], mas "o superávit social".

Era tão mais simples - e correto - fazer como o Globo, na sua matéria "Todo o foco no social", com o sub-título "Lançado à reeleição, Lula diz ter sido injustiçado e promete governar para os pobres". Nada de Chávez, Vargas, "pai dos pobres". Nada de jornalismo padrasto. Apenas - e tudo isso - informação objetiva.

Lula diz que antes dele Brasil era desarranjado

O presidente Lula afirmou, em discurso na 1ª Conferência Nacional de Economia Solidária, em Brasília, que antes dele o "Brasil era uma coisa meio desarranjada" e revelou que chegou a se questionar sobre se deveria disputar a Presidência diante de algumas avaliações de que o país iria quebrar. O presidente comparou o país que recebeu com um avião com peças desmontadas. Segundo Lula, ele conseguiu "arrumar a coisa" e hoje o Brasil é outro "de tal ordem que alguns críticos do passado não sabem como explicar como é que a gente resolveu o problema da economia brasileira". Lula citou como exemplo o fato de no ano passado o governo ter devolvido ao FMI (Fundo Monetário Internacional) US$ 15,6 bilhões; saldar [dívidas com] o Clube de Paris e pagar a dívida das moratórias do tempo do ex-presidente José Sarney. "A poupança interna passou de 17% para 32%", complementou.

(Veja a reportagem completa de Andreza Mataiz na Folha Online)

Tarso Genro é um gentleman!

(por Jussara Seixas, do blog Por um novo Brasil)

O ministro Tarso Genro agiu como ministro de Estado ao falar de FHC. Ele é um gentleman, e disse que FHC foi "corajoso ao defender a comparação dos dados do seu governo com os de Lula". Como eu não sou ministro, e nem tenho mais paciência para ser educada com FHC e rataria que o cerca, vou no popular: FHC é sem vergonha! FHC foi escorraçado da presidência pelo povo brasileiro, tem uma rejeição altíssima, o povo brasileiro não deseja a volta de FHC e de qualquer um que represente a desgraça que ele foi para o país. Desemprego, fome, miséria, juros pornográficos, preços altos dos alimentos, falta de crédito para a população, baixos salários, epidemia de dengue, apagão, falências, corrupção. Eu não posso ser educada com quem afundou o meu país, país dos meus filhos, que será o país dos meus netos.

O povo brasileiro comeu o pão que o diabo amassou nos 8 anos de FHC, as pessoas não tinham esperança, houve um aumento brutal de despejos por falta de pagamento de aluguel, as pessoas perdiam o crédito por não poder honrar seus compromissos. Crianças eram retiradas de escolas particulares porque os pais não tinham como pagar as mensalidades, filas intermináveis se formavam nas escolas públicas de pais em busca de vagas, jovens abandonavam as universidades, por estarem desempregados e não poder arcar com as mensalidades que aumentavam estupidamente. Famílias faziam apelos financeiros, aos vizinhos e conhecidos para enterrar seus familiares mortos, nem morrer ser enterrado dignamente era viável nos tempos de FHC. Faltavam medicações para várias moléstia crônicas, a busca por medicações nos postos da saúde e no SUS eram em vão. Houve uma explosão da violência, assaltos, seqüestros, assassinatos, furtos nos anos FHC.

Cansei de ver nos tempos de FHC as pessoas fiarem sem luz, sem telefone, sem água, por que não podiam pagar as contas, cansei de ver pessoas deixar seus carros na garagem e ir trabalhar de ônibus, a pé, de carona, porque não tinham dinheiro para a gasolina. Cansei de ver as pessoas vendendo seus bens para alimentar suas famílias , para pagar um tratamento de saúde, para pagar dividas. Isso foi a era FHC, malditos 8 anos que o povo brasileiro quer esquecer, e que eles querem fazer reviver nas figuras de Alckmin e Serra do PSDB. FHC não tem vergonha na cara, se tivesse estava bem longe da politica, bem longe do povo que ele tanto maltratou, foi omisso, negligente. Acho ótimo que ele queira comparar o seus 8 anos com os 4 anos de Lula, acho ótimo ele subir nos palanque de Alckmin, fica muito mais facil Lula se reeleger já no primeiro turno.  

segunda-feira, junho 26, 2006

Quatro milhões de empregos com carteira assinada

São muitos os indicadores que comprovam o avanço do atual governo no cumprimento da meta de desenvolvimento sustentável com inclusão social, estabelecida ainda durante a campanha eleitoral de 2002.

Aumento das exportações, ampliação das relações comerciais do Brasil com os países africanos e árabes, fortalecimento do Mercosul, expansão do crédito para a Agricultura Familiar, redução de impostos de produtos da cesta básica de alimentos e redução dos índices de pobreza são alguns exemplos da evolução que estamos construindo. Mas escreverei sobre a questão do emprego cujos resultados são os melhores dos últimos 10 anos.

O governo Lula gerou mais de 4 milhões de empregos com carteira assinada de janeiro de 2003 até maio de 2006. Para que o leitor compreenda o que isso significa, basta lembrar que nos oito anos do governo FHC foram gerados apenas 796 mil novos empregos no país. É claro que ainda há muito o que fazer, mas a oposição dificilmente conseguirá encobrir essa realidade diagnosticada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Essa é uma verdade incontestável e muito importante no processo de inclusão social que demos início em 2003.

A última pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada no dia 22/6, demonstra que a taxa de desemprego continua caindo em todo o país. No mês de maio, estavam desempregados 10,2% da população economicamente ativa. Ainda é um número elevado, mas bem inferior aos 11,7% registrados no final do governo anterior.

Nos primeiros cinco meses do ano, 768.343 trabalhadores conseguiram ocupar novas vagas de emprego com carteira assinada.

Outra boa notícia é que houve aumento da renda média real dos trabalhadores. Descontada a inflação, o rendimento médio do trabalhador cresceu de R$ 1.012,50 em abril para R$ 1.027,80 em maio. A alta é de 7,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Agora são 11 meses consecutivos de crescimento da renda do trabalhador. O Brasil vai continuar investindo e acreditando. Estamos construindo um novo país para as atuais e futuras gerações.

(Por José Pimentel, Deputado Federal (PT-CE) e Vice-Líder do Governo Federal no Congresso Nacional, no site O Informante)

Apostas eleitorais

Governo e oposição fazem duas apostas totalmente antagônicas para tentarem vencer a eleição presidencial de outubro.

A oposição tucano-pefelista aposta na burrice do brasileiro, na incapacidade popular de saber conferir as credenciais para falar de "ética" e de "competência" dos que se apresentam como opção eleitoral apesar de terem governado o país por oito anos e gerado uma insatisfação dos brasileiros de tal monta que há cerca de quatro anos os fez "arriscar" votar naquele que seus adversários diziam que transformaria o país numa "nova Cuba", que era Lula, eterno candidato do PT à Presidência, sempre "marcado para perder".

O governo Lula aposta no maior tirocínio do brasileiro, na evolução de sua mentalidade política, em sua capacidade de comparar aquilo que sempre temia - e no que, "no desespero", apostou - com o que lhe foi oferecido no passado por aqueles que hoje querem voltar ao poder. E aposta na capacidade do povo de lembrar que o sistema político brasileiro gera inevitavelmente desvios por alguns dentre os escolhidos pelo governante de turno para ajudarem-no a governar, o que obriga Lula e obrigou seus antecessores a condescenderem com acordos políticos que, por sua vez, acabaram gerando corrupção.

A teoria de que o presidente Lula se mantém tão popular exclusivamente às custas dos mais pobres e ignorantes é o grande erro (de discurso ou de convicção) de seus adversários. É erro de discurso porque muita gente que não é pobre nem ignorante vota em Lula - e muitos sabem disso - e, pela mesma razão, é erro de convicção.

(por Eduardo Guimarães, do blog Cidadania.com)

sábado, junho 24, 2006

"É Lula de novo, com a força do povo"



Bons resultados até agora justificam candidatura à reeleição, diz Lula

(Spensy Pimentel, para a Agência Brasil)

Brasília - Luiz Inácio Lula da Silva, oficializado hoje como candidato do PT à reeleição ao cargo de presidente da República, usou seu discurso na convenção nacional do partido para fazer um balanço dos resultados alcançados em seus três anos e meio de governo. As realizações de sua administração nesse período, segundo ele, justificam a candidatura à reeleição.

"Volto a ser candidato porque o Brasil, hoje, está melhor do que o Brasil que encontrei três anos e meio atrás, mas pode - e precisa - melhorar muito mais", disse, em discurso lido num teleprompter transparente, invisível para o público. Os pobres, após esse período de governo, segundo Lula, estão menos pobres: "E poderão continuar melhorando de vida, caso sejam mantidos - e aprofundados - os programas sociais que implantamos". "Volto a ser candidato para ampliar o que está dando certo, corrigir o que houve de errado e fazer muita coisa que ainda não pôde ser feita."

O candidato também criticou os opositores, chamou-os de "vozes do atraso". "Todos se lembram do final do governo deles, quando a economia encolhia, o emprego diminuía e a pobreza aumentava", disse, em referência ao governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), mas sem citar o nome do tucano. "Quando assumimos o governo, o país estava à beira da falência."

No palco, Lula recebeu sete usuários de programas sociais do governo, vindos de diferentes partes do país. Eram pessoas atendidas pelos programas Luz para Todos, Bolsa Família, ProUni e Samu, além de três beneficiados por empréstimos: um para a compra da casa própria, outro para investimento em um pequeno negócio e um terceiro, agricultor familiar, pelo Pronaf.

O candidato também mencionou a crise política resultante de denúncias de corrupção, no ano passado. Reconheceu a gravidade dos problemas: "Sem dúvida, nunca enfrentamos uma crise como a que se abateu sobre nós no ano passado". Mas afirmou que a oposição tentou se aproveitar politicamente do episódio, porque houve ampla investigação por parte das instituições competentes, como a Polícia Federal. "A sociedade entendeu o que se passou e sabe que se determinados fatos afloraram é porque este foi o governo que mais apurou - e puniu - a corrupção em toda a história."

Em relação à economia, Lula fez diversas comparações entre os números de seu governo e os do governo anterior (como crescimento, renda, dívida e reservas internacionais, entre outros), com o objetivo de mostrar que, em qualquer caso analisado, foi capaz de obter resultados melhores em sua administração. A referência foi a idéia de "superávit social": "Superávit social, para mim, é a oferta justa, de bens e serviços de qualidade e de meios para que todos possam crescer e progredir".

"Não fizemos tudo o que queríamos, porém fizemos muito mais do que certa gente imaginava", disse. "Tenho certeza de que só frustrei profundamente dois tipos de pessoas: aquelas que pensavam que meu governo seria um caos - e torciam para isso - e aquelas que, com paixão e ingenuidade, imaginavam que eu poderia resolver todos os problemas do Brasil em apenas quatro anos."

Como perspectiva para o segundo mandato, Lula mencionou desafios como as reformas política, previdenciária, agrária e urbana, a redução da carga tributária – por meio da melhoria da qualidade do gasto público – e a segurança pública. "Se reeleitos, continuaremos fazendo um governo de seriedade, responsabilidade e equilíbrio", disse.

Falando diretamente aos petistas, Lula lembrou que, se ele for eleito, o partido não governará sozinho. "Precisamos fazer um segundo governo melhor do que o primeiro e buscar coalizões sólidas para dar sustentação, sem indecisões, ao programa de governo."

Após o discurso de Lula, a convenção do PT se encerrou com uma votação simbólica, ao som do batuque do grupo Ilê Ayê e de uma chuva de papel picado. A maioria dos mais de quatro mil presentes levantou os crachás para aclamar a chapa Lula-José Alencar. Na votação oficial, segundo a assessoria do PT, os 21 integrantes da Executiva Nacional do partido foram favoráveis à indicação da dupla.

***

Alguns trechos do discurso de Lula, retirados do site O Informante:

"Vocês sabem, muito bem, quanto custou a cada um de nós chegar até aqui. Quanta batalha foi preciso vencer, quanto preconceito foi preciso remover, quanta armadilha foi preciso desmontar. Vocês sabem como foi difícil realizar aquele sonho que parecia impossível: o sonho coletivo de ter um trabalhador na presidência do Brasil. Hoje eu estou aqui para dizer a vocês que o sonho não acabou e a esperança não morreu."

"Porque provamos que é possível ter crescimento econômico com geração de empregos e inclusão social e porque queremos provar que é possível ampliar estas conquistas ainda mais. Volto a ser candidato porque demos às classes mais pobres um alto índice de crescimento de renda e de poder de consumo. E porque tenho a certeza de que podemos continuar reduzindo a desigualdade social que ainda é grande no nosso país."

"Fizemos em 42 meses mais que eles em 8 anos. Porém, mesmo que tivéssemos feito o dobro, ainda seria pouco, frente à imensa dívida social deixada por séculos de descaso com os mais pobres deste país."

"Ao longo de sua história, o PT tem enfrentado muitas lutas e muitas dificuldades, mas, sem dúvida, nunca enfrentamos uma crise como a que se abateu sobre nós no ano passado. O importante é que não perdemos o rumo nem esquecemos nossos ideais, e o partido iniciou um processo de autocrítica que deve continuar."

"Se tivesse que destacar uma só área de prioridade máxima, para um próximo governo, eu citaria a educação. Se reeleito, pretendo intensificar ainda mais o esforço que estamos fazendo para revolucionar a qualidade da educação no Brasil. Prioridade na educação significa, também, cultura. Cultura erudita e popular. Apoio e incentivo às artes, à música, ao teatro, ao cinema, à dança, ao livro e a todas as manifestações culturais do nosso povo. Para isso não basta que nosso jovem tenha o direito de entrar na escola, mas que tenha a felicidade de sair dela bem formado, preparado para a vida e em condições de competir no mercado de trabalho."

"Dedicarei meu segundo governo, também, para resolver uma questão difícil e delicada: a qualidade do gasto público. Se não fizermos assim, a carga tributária inevitavelmente aumentará. Isso ninguém quer e não é bom para a economia."

"Muitas das crises que o Brasil tem enfrentado, ao longo destes anos, não teriam ocorrido se já houvéssemos modernizado nosso sistema eleitoral, nosso sistema partidário e algumas paraticularidades no nosso sistema representativo. Isso terá que ser feito, nos próximos quatro anos, sob pena de comprometermos seriamente a nossa evolução política."

[Update: leia o discurso de Lula na íntegra]

quinta-feira, junho 22, 2006

O Estado precisa se antecipar à fome

A verdadeira dimensão da insegurança alimentar brasileira ganhou contornos científicos irrefutáveis em recente pesquisa do IBGE, que, pela primeira vez, quantificou o problema em escala nacional. Embora incorporado pelo programa Fome Zero desde o seu início, só agora o conceito de insegurança alimentar se integra oficialmente ao instrumental técnico do país — instrumental este desenvolvido na década de 80, nos EUA.

Os resultados colhidos pelo IBGE, ao contrário do que muitos apregoam, mostram que o presidente Lula tinha razão: o Brasil precisa mesmo dar prioridade ao combate à fome por meio de um guarda-chuva amplo de ações e políticas voltadas para a segurança alimentar e nutricional de sua população. A insegurança alimentar não assombra apenas habitantes pobres de países periféricos. Ela arrebata também segmentos das sociedades ricas, graças a um ardiloso hábito de consumo que ataca duplamente o metabolismo humano: engorda mas não alimenta.

Também presente em nossa realidade, essa dissimulação levou alguns, de forma precipitada, a desqualificar o programa Fome Zero, cujos critérios a nova pesquisa do IBGE reafirma e redime. O que ela mostra, infelizmente, é que o desafio explícito da insegurança alimentar ainda atinge 1/4 dos lares brasileiros. Ou seja, cerca de 10 milhões de famílias, 40 milhões de pessoas sofriam, em 2004 — ano de coleta dos dados — de algum grau de restrição alimentar, de moderado a grave. Destes, 14 milhões de pessoas, ou seja, 6,5% do total, experimentavam privação alimentar grave, índice que é 40% superior ao de Caracas em 2000, no auge da crise de abastecimento, quando a economia venezuelana quase foi destruída.

A privação alimentar é particularmente grave nas regiões Norte e Nordeste brasileiras, como já é sabido, e especialmente acentuada em grupos familiares integrados por crianças, o que é dramático do ponto de vista do nosso futuro. De acordo com o IBGE, metade das crianças e jovens brasileiros viviam em 2004 em residências submetidas a um cotidiano de insegurança alimentar. A boa notícia é que hoje há maior espaço para se promover e implantar programas sociais com a profundidade e a abrangência cobradas pela realidade.

A essência desse conceito — que não pode ser confundido com a idéia de fome — encontrou sua tradução mais simples e direta na forma como o presidente Lula se referiu a ela desde a campanha eleitoral de 2002: o direito de todo brasileiro ter pelo menos três refeições todos os dias. Portanto, é uma fita métrica mais rigorosa que dimensiona tanto aqueles grupos efetivamente sujeitos à fome como os que vivem submetidos ao espectro de sua ameaça.

É preciso que o Estado se antecipe à fome, amparando núcleos e segmentos antes que sejam engolidos pela sua dinâmica — o que requer uma ação ampla de natureza ao mesmo tempo regeneradora, preventiva e educativa . É o que o governo federal tem feito por meio de vários programas para melhorar o acesso das famílias ao alimento, sendo o principal deles a transferência de renda promovida pelo Bolsa Família, que já beneficia cerca de 9 milhões de lares.

O fato mais inquietante constatado pelo IBGE, porém, é que 2/3 dos domicílios já incorporados ao Bolsa Família, até setembro de 2004, apresentavam insegurança alimentar. Tal diagnóstico envia um duplo sinal ao Estado e à sociedade. Primeiro, o programa está realmente chegando a quem mais precisa; segundo, as transferências, por si só, ainda não foram suficientes para garantir uma alimentação digna e regular. Exatamente por isso é necessário avançar na implementação do Fome Zero, até a construção definitiva de uma política de proteção social que englobe a segurança alimentar. Isso inclui a integração com diversas políticas que configuram as portas de saída e o desenvolvimento das localidades, por meio das quais os excluídos serão protagonistas de sua própria emancipação.

Os dados do IBGE deixam claro, ainda, a correlação estreita entre baixa renda e insegurança alimentar no Brasil. Infere-se daí que a prioridade social do governo Lula já trouxe resultados significativos à sociedade. A redução da miséria verificada entre 2002 e 2004 — quando cerca de 3 milhões de pessoas superaram a linha de pobreza graças ao aumento do emprego e às políticas de transferências de renda — certamente evitou que estatísticas de insegurança alimentar mais dramáticas fossem colhidas em 2004.

É possível ir além. A adoção de critérios, conceitos e paradigmas amplos de programas sociais, como o de segurança alimentar, é apenas o primeiro passo para isso.


(
José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO América Latina; Maya Takagi, pesquisadora da Embrapa; e Mauro del Grossi, professor da Universidade de Brasília, n'O Globo de 22/06/2006. Grifos meus.)

Desemprego cai em todo país; renda do trabalhador tem alta de 7,7%

Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quinta-feira (22) revela que a taxa de desemprego caiu em todo o país no mês de maio. O levantamento apontou queda de 0,2 ponto percentual em relação a abril, ficando em 10,2% da população economicamente ativa do país.

O quadro é de estabilidade na comparação com maio do ano passado, quando foi verificada a mesma taxa de desocupação.

Por outro lado, houve aumento no rendimento médio real dos trabalhadores (descontada a inflação). O valor passou de R$ 1.012,50 em abril para R$ 1.027,80, em maio.

A alta é de 1,3% em relação ao mês passado, mas chega a 7,7% na comparação com o mesmo período de 2005. Este é o décimo primeiro mês consecutivo em que a variação anual dos rendimentos é positiva.

A pesquisa mostra que também cresceu o número de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado. O aumento foi de 6,7% em relação ao número apurado em maio do ano passado. Houve alta em cinco das seis regiões pesquisadas.

O número de pessoas ocupadas em serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira registrou crescimento de 6,3% na comparação com o mesmo mês de 2005. Em relação a abril, a taxa ficou estável.

A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE mede a relação entre ao mercado e a força de trabalho no país. O levantamento é realizado mensalmente nas seis principais regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte. São consideradas desocupadas as pessoas que estavam sem trabalho, disponíveis, e tomaram alguma atitude para conseguir trabalho nos trinta dias anteriores à entrevista.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, junho 21, 2006

Carta aberta ao senador Arthur Virgílio

Na noite de terça-feira, dia 20/06, o senador do PSDB subiu à tribuna do Senado para "exigir" que o Ministro Márcio Thomaz Bastos fosse a público, no prazo de 24 horas, para desmentir o laudo do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal que autenticou como verdadeira a assinatura de Dimas Toledo e que não houve montagem na "lista de Furnas". Caso contrário "ele vai ver o que é bom prá tosse". Não é a primeira vez que o senador bravateiro utiliza desse expediente. À seguir, a transcrição da carta enviada pelo deputado Rogério Correia (PT/MG) ao senador:


"Vi com perplexidade o depoimento de V.Exa. na tribuna do Senado na noite de ontem. Mais uma vez utilizando-se de bravatas e agora numa atitude de chantagem explícita, o senhor desafia o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a derrubar o laudo da Polícia Federal que atesta a autenticidade da lista de Furnas num prazo de 24 horas, caso contrário ele vai ver o que é bom prá tosse. Fica clara a tentativa do senador em tentar evitar a apuração das denúncias de caixa dois tucano nas eleições de 2002.

Desde o aparecimento das cópias da famosa lista, V,Exa. e vários outros tucanos de alta plumagem tentam desqualificá-la, assim como tentaram fazer com a lista de Cláudio Mourão, que além de demonstrar o imenso caixa dois na campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo, mostrou a utilização na mesma de recursos públicos oriundos de empresas estatais e o nascedouro do valerioduto. A tática foi a mesma utilizada agora: desqualificar o denuncinte, falar em falsificação e, quando da comprovação da autenticidade da assinatura e de que não houve montagem, tentar se passarem por vítimas de perseguição da Polícia Federal.

O senhor senador, que ameaçou até bater no presidente, me processar, dar prazo de 24 horas para o ministro dizer que a lista é falsa, não mostra a mesma valentia contra o autor da lista. Se, como diz V.Exa. a lista é falsa, a responsabilidade é somente dele, afinal o laudo comprova ser verdadeira a sua assinatura e também não haver montagem. Porque então não processa o Sr. Dimas Toledo? Estaria o senador com medo da verdade?

A bravata e a chantagem de V.Exa., na tentativa de intimidar e sufocar a apuração, pode acabar sendo um tiro no pé. Que Furnas, através de Dimas Toledo, sempre foi utilizada como fonte de arrecadação para as campanhas tucanas, todos aqui em Minas já sabiam, embora até então não fosse ainda comprovado. Era um verdadeiro segredo de polichinelo. Resta agora à PF tornar público o laudo e avançar nas investigações. O ministro é um homem honrado e a Polícia Federal tem atuado com total isenção e liberdade. Nunca se apurou tantos crimes como agora, coisa impossível de acontecer em governos tucanos, que se especializaram em varrer a sujeira para debaixo do tapete.

Por fim, é bom se lembrar que Nilton Monteiro falou que além do original da lista de Furnas, já apresentado e periciado como verdadeiro, ele possui recibos assinados pelos beneficiados pelo esquema. E é bom não duvidar, pois foi através de suas denúncias que se desbaratou o grande esquema de corrupção do então governador capixaba (também tucano) José Ignácio e se mostraram mentirosas as versões de Cláudio Mourão, Eduardo Azeredo e agora Dimas Toledo. A verdade virá à tona!


Rogério Correia
Deputado estadual
II vice-presidente da ALMG"

cadê a veja nessas horas?

Elio Gaspari: “O inchaço da máquina do Estado é uma lorota”

Lula inchou a máquina do Estado e torrou o dinheiro dos impostos do funcionalismo. Um bom “choque de gestão” permitiria que esse dinheiro custeasse as obras de infra-estrutura necessárias para tirar a economia brasileira do atoleiro. Quem quiser acredite, mas essa crença é uma lorota.

Três economistas (Samuel Pessoa, Mansueto Almeida e Fábio Giambiagi) produziram um estudo que informa: “A percepção de que houve inchamento dos gastos com funcionalismo ao longo dos últimos dez anos, em particular, está errada. (...) Julgar que seja possível implementar um ajuste fiscal duradouro, que permita o crescimento do investimento público e a redução da carga tributária, com base apenas em um maior controle dos gastos mais diretamente ligados ao funcionamento da máquina pública, é, a nosso ver, um equívoco.”

Aos números: Entre 2003 e 2005 os gastos com servidores ativos ficou onde estava (2,3% do PIB). O rombo poderia vir das aposentadorias. Ao contrário: corresponderam a 2,5% do PIB em 2002 e fecharam em 2,2% em 2005. Se os vilões não foram os servidores, por certo teria sido a gastança com a máquina do Estado. Falso. Essas despesas baixaram de 2,3% do PIB em 2002 para 2% em 2005. Tudo bem, mas entre 2001 e 2005 os gastos não-financeiros do governo federal pularam de 16,1 % do PIB para 17,7% e a carga tributária está em 37% da produção. Se a máquina do Estado não bebeu o ervanário, quem o bebeu? Resposta: ele foi comido pelos programas sociais, custeando uma política iniciada no segundo governo governo FFHH.

As transferências de renda dobraram, de 0,7% para 1,4% do PIB. As despesas com programas sociais passaram de 2% do PIB em 2002 para 2,7% no ano passado. Um aumento de 20% ao ano, numa economia que cresce a taxa média de 2,5%. A boa notícia é que esse investimento encheu a geladeira do andar de baixo, diminuiu as desigualdades sociais e ampliou o mercado consumidor. A má notícia: nesse mesmo período o investimento caiu de 0,9% do PIB para 0,6%. Como é o investimento que gera a rodução, chega-se ao dilema do bolo que não deve ser comido enquanto cresce. Nos anos 70, quando essa metáfora entrou em circulação, o andar de cima comeu o melhor bocado. Agora, segundo os três
economistas, trata-se de dizer ao andar de baixo que ele precisa parar de comer ou contentar-se com o que tem no prato, sem querer mais.

O trio sugere que se pise no freio, para que “o crescimento dos gastos sociais e da previdência (gastos do INSS) aumente a um ritmo menor do que o crescimento do PIB nominal. (...) É importante que a sociedade se conscientize de que esse padrão de gasto público está intrinsecamente associado a um crescimento modesto. Na perspectiva de que a população discuta os rumos do país nos próximos anos, no contexto do debate eleitoral de outubro, é importante que esses dilemas sejam expostos claramente aos eleitores.”

É o segundo lance da Dúvida de Garrincha. Querem que o técnico Vicente Feola convença Gavril Kachalin do brilho de sua armação. Em 1958, Kachalin era o técnico da seleção russa. Tinha um futebol científico e perdeu por 2 x 0, gols de Vavá.

• Sob o título “Gastos sociais deveriam crescer a ritmo menor do que o PIB” , o trabalho está anunciado no sítio do IPEA, o Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada.
[De O Globo, 21/06/2006]

terça-feira, junho 20, 2006

Oposição transmite ódio e inveja, diz Lula

Depois de ser atacado pela oposição, o presidente Lula disse que recebe agressões diárias por ser apenas um metalúrgico e conseguir fazer o que seus opositores não fizeram.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva qualificou ontem de "sem caráter" os políticos que têm feito críticas a ele e ao governo. Quinta-feira, o candidato a vice-presidente na chapa do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), José Jorge (PFL), disse que Lula "é preguiçoso, viaja e bebe muito". O mesmo partido usou a publicidade gratuita de quinta à noite para insinuar que ele integrava o esquema de corrupção denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, como uma "quadrilha que visava manter o PT no poder". "Todo dia, aparece alguém para me agredir, possivelmente porque estas pessoas estão pensando assim: 'Poxa vida, nós estamos governando o Brasil desde que Cabral pôs os pés aqui e nós não conseguimos fazer (nada). Por que este metalúrgico está fazendo?'", disse, durante o anúncio de liberação de R$ 74,9 milhões para a erradicação de palafitas e melhorias urbanas de favelas de seis cidades de Pernambuco. A cerimônia foi realizada num palanque improvisado, às margens do Canal da Malária, em Olinda, onde se levantaram as Favelas V8 e V9, um conjunto de estacarias onde famílias inteiras convivem com ratos, fezes e doenças num ambiente fétido. "Este metalúrgico está fazendo porque tem uma coisa que eles (os políticos que o atacam) não têm", disse, para uma platéia que, vez por outra, gritava "olê, olê, olá, Lula lá" e "está reeleito". "Este metalúrgico tem caráter. Este metalúrgico só é o que é não pela quantidade de diplomas que eu tenho ou pelo apoio da elite política brasileira, mas pelo sentimento e pela alma do povo deste País", afirmou. Emendou, em seguida, que não perderia tempo com respostas aos detratores. "A eles, que vivem transmitindo ódio todo dia, a eles, que vivem transmitindo inveja e preconceito todo dia, não quero dedicar um minuto, mas, certamente, quero dedicar a vida inteira para ajudar o povo pobre deste País a viver com dignidade e a viver com decência." O pré-candidato a governador do Amazonas Arthur Virgílio (PSDB) devolveu ao presidente a acusação que este fez à oposição. Em nota de oito tópicos, Virgílio sugere que falta caráter a Lula, o qual, segundo ele, "compactua com o esquema de corrupção que mereceu contundente denúncia por parte do procurador-geral da República (Antonio Fernando de Souza)". "Caráter falta a quem..." é a frase que abre cada ponto do comunicado de Virgílio. A frase é complementada com críticas habitualmente feitas pelo partido ao presidente: "...a quem finge desconhecer o 'mensalão', apesar da denúncia envolver muita gente da mais estreita confiança do presidente da República, no governo e no seu partido"; "a quem proclama que vai mandar apurar tudo, e tudo faz para impedir a apuração"; "a quem, vendo o governo e o partido envolvidos em 'valerioduto', 'silvioduto' e desvio de dinheiro público, procura justificar-se dizendo que todo mundo faz assim"; entre outras. (das agências) 
Fonte: Jornal O Povo.

(Pescado do blog Desabafo Brasil)

segunda-feira, junho 19, 2006

Luz para Todos já beneficia 3, 3 milhões de pessoas no campo

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil


Brasília - O programa Luz para Todos, do governo federal, já beneficia 3,3 milhões de pessoas no campo em todo o país, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa semanal de rádio Café com o Presidente. Ele afirmou que participará hoje (19) da chegada do programa à comunidade Paiaiá, no município de Santo Estevão, na Bahia.

Criado em 2004, o programa tem como meta atender 10 milhões de pessoas no meio rural até 2008. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, que participou do programa de rádio, o Luz para Todos deverá atingir cerca de metade da meta até o final deste ano. A ligação elétrica nas casas é gratuita e os beneficiados recebem três pontos de luz e duas tomadas. O programa gasta, em média, R$ 5.300 com cada ligação. "Tem sido uma festa quando chegamos e vemos a alegria das pessoas que a partir dali podem refrigerar sua alimentação", ressaltou Rondeau.

O presidente Lula lembrou que viveu em uma casa sem luz elétrica até os sete anos de idade e que sabe o significado da chegada da energia. "Uma pessoa que vive com um candeeiro, de repente ela recebe luz elétrica. Ali ela pode ter uma geladeira, pode ter um rádio, pode ter uma televisão, pode ter uma casa de farinha, pode ter uma melhoria substancial na qualidade de vida dela", disse Lula.

Questionado pelo presidente sobre os avanços nas comunidades atendidas pelo Luz para Todos, o ministro Silas Rondeau destacou que muitas famílias estão acompanhando pela primeira vez a Copa do Mundo de Futebol devido ao acesso à energia elétrica. "Quantas e quantas famílias estão vendo pela primeira vez, tendo condições de ver os jogos do Brasil. Isso acontece em comunidades quilombolas. Está acontecendo em comunidades indígenas. Essas comunidades dificilmente teriam a oportunidade de estar tendo acesso a isso".

Para ter acesso ao programa, o pequeno agricultor deve fazer uma solicitação à empresa de energia responsável pelo fornecimento na área onde vive.

sexta-feira, junho 16, 2006

Laudo atesta autenticidade da "lista de Furnas"

Laudo do Instituto Nacional de Criminalística (INC) em poder da Polícia Federal (PF) confirmou a autenticidade do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo na lista com os nomes de 156 políticos que teriam sido beneficiados com recursos desviados da estatal em 2002. Dimas, que negou à PF a autenticidade da assinatura, será intimado para depor novamente.

Ao jornal O Estado de S.Paulo, a PF salientou que o fato de a autenticidade do documento estar confirmada não prova a participação dos políticos citados na lista no suposto esquema de caixa dois. Suspeita-se de que muitos nomes teriam sido plantados no documento.

A lista foi entregue à PF no começo de maio pelo lobista Nilton Monteiro e inclui, em sua maioria, nomes de integrantes do PSDB e do PFL. Até o momento, apenas o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) admitiu ter recebido R$ 75 mil do caixa 2 de Furnas. O nome dele está no documento entregue por Monteiro.

(do site terra notícias)

A autenticidade não prova ainda a participação de todos os políticos citados, mas sua confirmação é a prova de que aos poucos, mesmo contra os e$forços dos envolvidos, a verdade vai aparecendo.

Veja a lista dos acusados, com as respectivas (ainda supostas) quantias recebidas, neste site.

quinta-feira, junho 15, 2006

Brasil: passos firmes rumo à soberania de fato


O gráfico analisa de forma comparativa o comportamento das bolsas de valores em alguns dos principais mercados de países emergentes.

Como fica a situação do Brasil neste contexto?

Será que o governo Lula foi realmente tão eficiente como proclama?

Nada como uma crise mundial para que se constate em definitivo a excelência administrativa de um governo ou o seu total fracasso. Dois fatores contribuem para que a crise de 2006 seja considerada uma das piores da história:

1- o desempenho ruim da economia norte-americana
2- a elevação para níveis insuportáveis no preço do petróleo

Mesmo assim, em virtude dos fundamentos sólidos desenvolvidos pela equipe do governo Lula, nada de grave aconteceu ao Brasil. A conjuntura da crise nos apresenta um Brasil com crescimento industrial, crescimento na área de serviços, crescimento forte no setor agrícola e de construção civil, fortalecimento das exportações, saldo positivo de investimentos estrangeiros na Bovespa, reservas internacionais reais em US$63000000000,00 (63 bilhões de dólares), dívida externa em acentuada queda, a dívida interna foi definitivamente controlada, a inflação está abaixo da meta do governo, superávit primário e nominal (feito inédito em nossa história), maior redução da miséria na história, maior distribuição de renda na história, água potável e energia elétrica chegando para a maioria dos brasileiros (uma verdadeira revolução no campo), redução real do analfabetismo, maior redução de trabalho infantil no mundo, intensivo combate à escravidão, retorno dos investimentos em escolas técnicas e universidades, reforma e ampliação de toda a trama rodoviária federal (obra feita pelo exército brasileiro), fortalecimento do Mercosul (o México acredita que só um gigante como o Brasil pode proteger a economia mexicana de uma potência como a China).

Os sinais da grande mudança são amplos e poderosos, basta ler os cadernos de economia. E isto é muito importante!

O gráfico acima mostra em definitivo e pela primeira vez, a constatação de que os feitos do governo Lula para o Brasil transcenderam o discurso político e se realizaram na prática! O Governo Lula oferece a você, brasileiro, um país finalmente soberano e independente.

E como foi que o Brasil se comportou durante as chamadas crises do México e da Rússia no governo anterior?

Estes mercados que nada tinham a ver com a nossa economia. O Brasil de então, sob a política de FHC foi entregue à recessão... Nos endividamos, muitas empresas quebraram, o crescimento industrial foi negativo e houve muito desemprego e pranto... E como é com o Brasil de hoje?

A crise atual não envolve emergentes, mas o principal mercado mundial, os EUA. Como fica o Brasil agora enfrentando uma crise tão maior?

O Brasil fica muito bem. O gráfico mostra claramente que com toda a crise do petróleo, com toda a questão dos juros americanos em elevação, a inflação americana causando retração nos mercados mundiais, etc, nada disso afetou o Brasil da forma significativa como antes afetaria. Podemos observar analisando o gráfico que a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) foi a que menos foi afetada entre os emergentes.

O gráfico apresenta duas tarjas para cada país. A primeira representa a variação do dia 13 de junho de 2006, a segunda tarja representa a variação anual. Fica fácil perceber que a nossa Bovespa é a menos volátil entre todas as outras. E isto é mérito dos ajustes econômicos promovidos pelo governo Lula. Um governo que elevou a rentabilidade média da indústria de 7% em 2002 para 17% em 2005. Um governo que pela primeira vez colocou 7 indústrias no ranking das 10 empresas mais lucrativas e 14 no ranking das 20 mais lucrativas!

A novidade, que já foi amplamente anunciada aqui em outras análises é que o governo Lula desatrelou a economia brasileira da economia americana em diversos níveis.

Recordar é viver e um pouco de história salva muitas vidas:

Durante a crise de 29, o mundo quase todo quebrou e vimos a segunda guerra mundial sendo preparada. Poucas economias não foram afetadas. Uma deles foi a economia da antiga União Soviética. Simplesmente porque a União Soviética não tinha parcerias comerciais com os Estados Unidos, logo, se a economia americana fosse bem ou mal, pouco importava isso para a URSS.

Lula e sua equipe fizeram a lição de casa. Até 2002 o principal mercado para o Brasil era os EUA. 70% de tudo o que exportávamos era comprado pelos norte-americanos. Lula e sua equipe trabalharam muito para reverter este quadro. Hoje, mesmo com um grande crescimento do montante exportado para lá o mercado norte-americano não representa mais do que 30% de tudo o que o Brasil exporta. Logo, o governo Lula decretou a independência comercial contra a economia norte-americana. Este é apenas um dos aspectos, existem outros. Todo o acordo comercial feito pelo Brasil a partir de 2003 envolve transferência tecnológica e instalação de plantas industriais em território nacional. Vide a questão da TV digital, onde a tinta da caneta no contrato depende da instalação de uma indústria de chips no Brasil.

Então o governo Lula:

1- diversificou nossos mercados

2- incentivou o desenvolvimento de novas indústrias e a assimilação de novas tecnologias.

Outra questão é de ordem macro-econômica. Tínhamos uma dívida externa galopante, e uma dívida interna inimaginável. Ambas as dívidas corriam em dólar. O governo FHC atrelou nossa economia ao dólar, pelo menos a parte da dívida. Cerca de 50% de nossa dívida interna era titulada em dólar. Nossas divisas eram fictícias e mantidas à base de endividamento junto aos bancos credores internacionais.
O Governo Lula acabou com isso. Realizou swaps da dívida trocando os títulos em dólar por títulos em reais. Usou parte do superávit para acumular reservas internacionais e quitou as dívidas de curto prazo, mais custosas para o país. Até o final de 2006 o Brasil terá mais reservas internacionais do que dívida externa governamental, isto coloca o Brasil pela primeira vez na condição de credor internacional.
Mas tudo isso que escrevi parece ser muito teórico, e até mesmo eufórico. O que interessa mesmo é o resultado. E o resultado não pode mais ser negado.

O Brasil de Lula conseguiu em definitivo blindar nossa economia contra as volatilidades internacionais, em específico, contra a vulnerabilidade norte-americana.

Quero comemorar com todos vocês este extraordinário gol de placa! O Lula conseguiu! O Brasil é um país soberano e agora, independente!

Saudações socialistas á todos e um forte abraço!

[extraído do blog Pedala Oposição – que recomendamos]

PFL tenta requentar o mito do "mensalão" em seu programinha.

Usando a velha tática de reproduzir as manchetes da mídia espetaculosa, programinha de hoje do PFL insiste em bater numa tecla já rejeitada pela opinião pública, que é a da generalização grosseira, na condenação sem prova e do afronta à inteligência e ao bom senso do eleitor. Na exata semana em que os índices de popularidade e aprovação de Lula e do governo estouram a boca do balão. Reproduzo então o artigo consistente do jornalista Bernardo Kucinski sobre a confusão deliberada.

"Confusão na crise do mensalão"

Apesar da intensa cobertura de todos os meios de comunicação, a maioria dos brasileiros considera-se mal informada sobre a crise política.

Bernardo Kucinski

Boa parte da população acha mesmo que houve corrupção, mas não está claro como aconteceu. A confusão foi produzida pela própria mídia, ávida por denúncias e mais empenhada em incriminar do que em investigar. A começar pelo próprio nome - "mensalão" -, que se impôs pela repetição, como uma marca, e acabou virando seção fixa de jornal. Deputados passaram a ser chamados genericamente de "mensaleiros". Ocorre que nunca foi provada uma relação entre pagamentos regulares e votações de deputados a favor do governo.

Jornalistas e oposição ignoraram até mesmo as questões do senso comum: 1) Por que pagar "mensalão" a sete deputados do PT que já votam com o governo? 2) Por que deputados foram ao Banco Rural apenas uma ou no máximo três vezes, se era um "mensalão"? 3) Por que o governo teve dificuldade em aprovar projetos se estava pagando "mensalão" para que fossem aprovadas? 4) Por que pagar "mensalão" a um deputado como Roberto Brant, do PFL, opositor ferrenho do governo?

O noticiário omitiu sistematicamente que as empresas de propaganda ficam com apenas 15% a 20% do dinheiro que recebem dos clientes para o pagamento das campanhas na mídia.

Quando a Veja noticiou que empresas de Duda Mendonça receberam R$ 700 milhões em cinco anos, nunca esclareceu que, de cada R$ 100 recebidos, cerca de R$ 80 ficam para o veículo onde foi feito o anúncio. A própria Veja e outros veículos da Abril, por exemplo, faturaram R$ 11 milhões em anúncios via Duda Mendonça.

CPI e mídia acusaram fundos de pensão de desvio de dinheiro para o "valerioduto". Os fundos, que gerem centenas de bilhões de reais, contestam. "A imprensa preferiu fontes desqualificadas que alimentaram a desinformação", diz o presidente do fundo Petros, Wagner Pinheiro.


OS MECANISMOS DO LINCHAMENTO PELA MÍDIA
1. A mídia foi pautada diariamente pela oposição: acusações verbalizadas pela oposição de tarde, viravam manchetes factuais no dia seguinte.

2. Acusações que deveriam ser ponto de partida para uma investigação jornalística eram publicadas sem checagem. Bastava usar termos como "suposto", como observou Carlos Heitor Cony.

3. Os acusados não eram procurados para se defender e, quando eram, suas explicações eram tratadas com sarcasmo.

4. Surgiu um novo modo narrativo: basta ser indiciado para ser tratado como criminoso, mesmo que a acusação ainda esteja sujeita a ser rejeitada pela Justiça;

5. Nessa nova forma narrativa, escreveu o jornalista Carlos Brickman "qualquer medida judicial em favor de réus é chicana" e "qualquer absolvição é pizza, independente de prova". Qualquer declaração do acusador é, em princípio, aceita como verdade...

6. Nessa nova narrativa predominou a malícia. Em vez de elucidar os fatos, contextualizando-os e hierarquizando-os, optou-se pela desinformação e a suspeição.

7. Todo o fogo era dirigido apenas contra o PT. A grande imprensa ignorou, por exemplo, as denúncias contra o banqueiro Daniel Dantas, do Banco Opportunity, à lista dos doadores de Furnas. Ignorou ou relegou a segundo plano que o "valerioduto" foi criado pelo PSDB para a campanha de 1998 de Eduardo Azeredo, em Minas Gerais.

8. Palavras pesadas foram usadas com freqüência, sem pudor: "Palocci, estuprador de contas bancárias" (Augusto Nunes, no JB); "Lula, chefe da quadrilha" (Correio Braziliense); Ali Dirceu e os 40 ladrões"(idem).

9. Foi desencadeada uma perseguição incessante aos familiares de Lula e aos chamados "amigos de Lula", com arbitrária violação da vida pessoal.

10. Legitimou-se a linguagem preconceituosa contra Lula, inclusive por colunistas importantes; alguns jornalistas especializaram-se em descobrir em todas as falas de Lula uma "gafe".

11. Os meios de comunicação concentraram toda a cobertura na crise, desprezando acontecimentos importantes; Istoé deu 14 capas seguidas de crise; Veja deu mais de 20.

12. Depoimentos nas CPIs eram ignorados quando derrubavam acusações contra o governo.

13. Criou-se uma modalidade virulenta de jornalismo. Veja deu capas associando o PT a animais (rato, burro), imagens posteriormente recicladas por articulistas na própria Veja e em outros veículos. Os nazistas fizeram isso com os judeus com o objetivo de derrubar toda e qualquer barreira psicológica ao seu extermínio.

14. Houve a "a tragédia da condenação sem julgamento", como disse em sua defesa o deputado do PFL Roberto Brant. Nenhum julgamento foi ainda feito na Justiça, mas na mídia e no imaginário social já estão todos condenados e suas imagens e reputações destruídas. Deu-se um linchamento midiático.


* Bernardo Kucinski é professor licenciado da ECA/USP, autor de vários livros sobre jornalismo e assessor da Presidência da República

Governo não teme investigação, responde Tarso a Alckmin

O ministro disse que nenhum governo investigou tão profundamente a si mesmo como o atual

(por Tânia Monteiro e Fábio Graner, no Estadão)

BRASÍLIA - O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, respondeu, em nome do governo, às ameaças do candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, de que, se for eleito, fará uma devassa no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para investigar supostas irregularidades.

"O governo Lula não teme nenhum tipo de investigação, muito pelo contrário, nenhum governo investigou tão profundamente a si mesmo como este, seja através da Polícia Federal, seja através das próprias CPIs, como a dos Correios, que o senador Delcídio (Amaral), que é do PT, presidia, seja através da Controladoria Geral da União", disse Tarso.

O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), também saiu em defesa do governo. Ele afirmou que Alckmin, precisa "limpar a boca" para falar de Lula. "Alckmin não tem autoridade para falar de Lula. O povo de São Paulo sabe que ele (Alckmin) nunca aceitou ter seu governo investigado", desabafou Berzoini.

"Graças a Lula, o Ministério Público não tem mais um engavetador-geral. Hoje, o MP tem um procurador-geral autônomo o suficiente para inclusive fazer a denúncia que fez (do escândalo do Mensalão), com a qual não concordamos", afirmou Berzoini. No governo de Fernando Henrique Cardoso, o então procurador-geral, Geraldo Brindeiro, indicado pelos tucanos, era chamado de engavetador-geral da República pelo PT.

Tarso Genro não considera uma ameaça as afirmações de Alckmin, de que vai investigar o governo Lula. "Apurar irregularidades é um dever de qualquer gestor público, mas duvido que haja maiores investigações do que estas que eles estão fazendo agora nas CPIs", insistiu Tarso.

"Não há nenhum temor de qualquer investigação", prosseguiu o ministro, explicando que considera contraditória a iniciativa do ex-governador paulista de exigir investigação do governo Lula. "É uma confissão de que o que está sendo feito agora (por meio das CPIs) é um mero movimento político, de caráter eleitoral e não investigações sérias o que, aliás, eu não concordo. Eu acho que as investigações são muito concretas e em alguns casos até exageradas."

Ricardo Berzoini, por sua vez, declarou que, quem teme investigação, na verdade, é o candidato tucano ao Planalto. "Ele trabalhou para impedir a instalação de mais de 70 CPIS que investigariam o esquema corrupto de seu governo", alfinetou o presidente do PT, que também lembrou os problemas de Alckmin com a Nossa Caixa.

"Seria bom que o ex-governador Alckmin olhasse para o seu próprio governo em São Paulo, onde houve irregularidades na Nossa Caixa". O presidente do PT se referia às denúncias de que o banco estatal celebrou contratos de publicidade da ordem de R$ 28 milhões supostamente direcionados para beneficiar deputados estaduais da base do governo de Alckmin.

O ministro Tarso Genro também respondeu os ataques do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na convenção do PSDB, em Belo Horizonte, quando acusou Lula de ser "fanfarrão", "vira casacas" e "mão suja". E atirou: "Esta é a face B do Fernando Henrique. A face A é quando ele se refere ao presidente Lula no exterior e fala com respeito, como se fosse um grande estadista. Aqui dentro, ele baixa o nível para tentar impressionar uma base eleitoral sectarizada contra o Lula. Portanto, não deve ser levado a sério".

quarta-feira, junho 14, 2006

Originais da Lista de Furnas já estão com a PF

O lobista Nilton Monteiro, responsável pela divulgação da chamada lista de Furnas, informou nesta quarta-feira (14) que entregou os originais do documento à Polícia Federal. A revelação foi feita após audiência judicial com os 11 deputados estaduais de Minas Gerais que processam Monteiro, sob alegação de que este teria forjado a lista.

Na época da primeira denúncia, no final do ano passado, a PF teve acesso apenas a uma cópia da lista. Nela aparecem os nomes de 156 políticos que teriam se beneficiado de um esquema de desvio de recursos de Furnas, da ordem de R$ 40 milhões, para financiamento de campanhas eleitorais. Todos eram ligados à base governista do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Entre os supostos beneficiados, 82 são do PSDB e do PFL.

Os originais, segundo Monteiro, foram entregues no último dia 5 de maio. Ele mostrou o "auto de apresentação e apreensão" lavrado pela Polícia Federal no ato da entrega. O delegado da PF em Belo Horizonte, Praxíteles Fragoso Praxedes, recebeu os papéis e os encaminhou para perícia.

A lista apresentada é a mesma que o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) disse ter visto em seu original, e pela qual também está sendo atacado pelos tucano-pefelistas. O deputado é testemunha em favor de Monteiro e do petista Luiz Fernando Carceroni no processo movido pelos 11 parlamentares mineiros.

De acordo com Rogério Correa, na audiência desta quarta-feira os deputados que processam Nilton e Carceroni propuseram um acordo para dar fim à pendência judicial, que não foi aceito.  

Segundo Monteiro, não há possibilidade de acordo, justamente porque os originais dos documentos já estão em poder da Polícia Federal, aguardando conclusão de laudo.  

Correa lembra que Monteiro chegou a ser acusado de chantagista pela CPI dos Correios e pela "tropa de choque" tucano-pefelista no Congresso.  

"A tal CPI dos Correios perdeu duas grandes oportunidades políticas: uma foi ter deixado de apresentar uma proposta real e profunda de reforma política, com ênfase para a transparência das campanhas; outra foi ter desdenhado do que se chamou, à época, de dimasduto, e ter tentado desqualificar as denúncias sobre a lista de Furnas, de 2002", comentou.

Segundo o deputado petista, até para dirimir dúvidas a CPI poderia ter convocado Nilton Monteiro para depor, mas não o fez. "E isso é bem estranho", conclui Rogério Correia.

eu voto no chuchu!

ok, pra presidente não...
na verdade nem pra síndico.
mas eu voto no chuchu pro prêmio ibest, fácil!
:-)

terça-feira, junho 13, 2006

O último que sair apague a luz

Por Luiz Antonio Ryff, no blog nonsense, do nomínimo:

E o lançamento em Minas Gerais da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência, hein?

A se fiar nos relatos feitos pela imprensa a festa foi um fiasco. O governador mineiro, Aécio Neves, havia prometido que colocaria 20 mil pessoas na convenção, realizada no auditório da ExpoMinas. Não chegou a metade disso e Alckmin fez um discurso "longo e cansativo", na avaliação da "Folha". E o tucano terminou seu discurso falando apenas para a fila do gargarejo, segundo "O Globo". E os caciques do PSDB e do PFL ficaram dando desculpas ao final do evento.

Deve ter sido a primeira festa de lançamento de candidatura com jeito de velório da história.

Depois de Chico Buarque, Paulo Betti e Fagundes também declaram seu voto em Lula

Paulo Betti: "A crise me aproximou ainda mais do PT"

Na contramão de muitos artistas, o ator diz em entrevista à revista IstoéGente,que apóia a reeleição de Lula, fará campanha para o PT se for preciso e conta que, como presidente de uma associação cultural, também assina "pilhas de cheques e documentos, que nem sempre é possível ler":

Por que se afastou do PT nas eleições de 2002?
Sempre quero estar neutro, porque minhas obrigações profissionais exigem. Sou produtor de cinema, teatro e presidente de um centro cultural no Rio – a Casa da Gávea, uma associação cultural sem fins lucrativos. Uma ligação partidária mais direta atrapalha. Quanto mais neutro eu ficar, melhor. Às vezes não consigo e meu desejo de participar se sobrepõe aos meus interesses. Vou um pouco contra a corrente. Quando estava todo mundo gritando PT, antes das últimas eleições, eu estava meio reticente. Hoje, estou um pouco mais PT.

Mesmo com os escândalos de corrupção no governo?
Estamos num momento complexo, onde existe muita poeira e fumaça no ar. Não conseguimos enxergar com clareza o que está acontecendo. Mas tenho profunda simpatia pelo PT. Ajudei a formá-lo e estive com ele desde os primeiros momentos. Agora, no momento mais difícil, fico mais próximo. Dá vontade de ajudar o PT a resolver os problemas. Que são graves e têm que ser resolvidos. Estamos levando porrada e meu primeiro impulso é ajudar a defender. Não tenho nenhuma vontade de bater, mas de defender. Essa crise violenta me aproximou ainda mais do PT.

Seu voto é do Lula?
Meu voto está completamente decidido, eu apóio o Lula. Pelas realizações do governo dele, pelos resultados. Todo mundo vai comparar o governo Lula com o anterior, os índices econômicos, os números. E vai se perguntar: "Qual é o melhor?". Se você pensar nisso hoje, certamente vai votar no Lula de novo. Acho que realmente ele está fazendo um governo melhor que o outro.

Acredita que ele não sabia dos atos de corrupção?
É difícil você saber tudo que acontece num governo. Para se ter uma idéia, sou presidente da Casa da Gávea, que tem cinco funcionários. Não sei tudo que acontece. Assino pilhas de cheques e documentos, que nem sempre é possível ler. Qualquer pessoa que está num cargo executivo sabe disso. Tem que confiar nas pessoas que trabalham com você e imaginar que elas estão fazendo tudo direito. Tenho certeza de que ele não tinha consciência de tudo que estava acontecendo. E nem dava para ter.

Faria campanha novamente?
Se precisar, apareço numa campanha sim, por que não? Se achar que a campanha precisa de mim, se me sentir motivado a participar – e não estiver numa novela – farei. Tenho contrato com a Globo e, se estiver numa novela, não poderei fazer.

Não se sentiria constrangido de, na hipótese de Lula ser reeleito, pedir patrocínio do governo para projetos?
Não penso nisso, não.

***

E pra fazer ainda mais a felicidade da mamãe, Antônio Fagundes, na folha online:

Folha - O sr., que foi garoto propaganda do PT, concorda com as críticas que Paulo Autran e Marco Nanini fizeram da gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura? Também acha que ele abandonou o teatro?
Fagundes - A crítica pode ser pertinente dependendo do contexto. Se analisá-la do contexto real, não existe ministro da Cultura que consiga fazer o que quer que seja em nenhuma área com 0,1% da dotação orçamentária do governo. Você pode chamar o Goethe, que ele vai ficar fazendo discurso, como o Gil fica cantando, mas é preciso dinheiro.

É preciso impedir que as igrejas comprem os teatros, reformar alguns, criar companhias estatais. O problema é financeiro, vontade política ele tem, mas o que adianta? Isso não é culpa do PT, mas dessa estrutura que vivemos desde 1500. Nenhum partido tem um projeto cultural. O grande projeto cultural seria dar 5% do orçamento para a cultura. O Autran e o Nanini têm razão, mas não pode particularizar.

Folha - E o PT não poderia ter feito isso, em sua avaliação?
Fagundes - Eu não esperava isso deles, porque não via em nenhuma plataforma do PT algo voltado à cultura. O grande mérito do artista relacionado ao PT é que ele já sabia que não ia ganhar nada, todos estavam defendendo melhor distribuição de renda, saúde, educação. Sabíamos que a cultura nunca foi preocupação do PT.

Folha - O sr. voltaria a fazer propaganda para o PT?
Fagundes - Não, parei há anos, quando percebi que o PT chegaria ao poder e que eu não teria a chance de me manifestar. Primeiro porque não sou consultado, depois porque não há espaço. Comecei a me sentir desconfortável em apoiar alguém e saber que se passasse a discordar dela, não teria espaço para falar. Seria interessante que a cada três meses aquelas pessoas que apoiaram voltassem a ser consultadas. Mas continuo votando no PT.

segunda-feira, junho 12, 2006

Estudo mostra que crianças do Bolsa Família fazem três refeições ao dia

A maioria das crianças atendidas pelo programa Bolsa Família faz hoje três refeições ou mais ao dia. Nas casas onde há crianças, o consumo de leite é maior e têm um cardápio mais diversificado que inclui frutas, biscoitos e macarrão. Esses são dados verificados em levantamento feito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome. O Bolsa Família é o principal programa de transferência de renda do governo federal, atingindo cerca de 9,2 milhões de lares carentes no país.

O estudo mostra também melhoria na qualidade da alimentação e aumento na quantidade dos produtos consumidos pelo grupo familiar beneficiário do programa.  Das crianças atendidas pelo programa, cerca de 94,2% fazem três refeições diárias. E o consumo de leite aumentou, atingindo 70% das famílias.

Na visão dos beneficiários, a variedade e a quantidade dos alimentos consumidos melhoraram muito após o recebimento dos recursos. A mudança foi mencionada por 73,3% dos entrevistados. Conforme a pesquisa, os entrevistados disseram que os principais alimentos que faltavam na mesa das famílias eram as frutas (26,4%) e as carnes (26,2%), seguidos de legumes e verduras.

De acordo com a pesquisa, independentemente do valor do benefício recebido, quando a família tem crianças, o consumo de leite é maior entre 65% a 70%. Com as famílias sem crianças o consumo fica em torno de 38% a 48%. A aquisição de macarrão, pão, biscoito e frutas é maior entre as famílias que têm crianças para a faixa de recebimento mensal do benefício acima de R$ 80. Das crianças beneficiadas pelo Bolsa Família, 84% fazem pelo menos uma refeição na escola.

PSDB falando em honestidade? Delirou!

No mais duro ataque a Lula desde que deixou o Palácio do Planalto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chamou o presidente de "fanfarrão" e o desafiou a fazer comparações entre o seu e o atual governo. "Não temos medo da comparação, nem em termos de governo nem em termos pessoais", disse FHC.

O PT e o próprio presidente Lula têm dito que, na campanha eleitoral, vão fazer essa comparação. Ministros como Luiz Marinho (Trabalho) já andam com quadros que mostram, por exemplo, o valor da cesta básica em 2002 e agora. A comparação preferida é com o preço do arroz, que há quatro anos custava cerca de R$ 11 e atualmente está na faixa dos R$ 7.

Tem ladrão falando em corrupção

Os tucanos são incompetentes até para lembrarem dos desastrosos 8 anos de pura sacanagem com o povo brasileiro. Só para lembrar os tucanos esquecidos:

condenação de toda a diretoria colegiada do Banco do Brasil no primeiro mandato de FHC é a menor das preocupações do PSDB. O mais atemorizante é que, entre os condenados, um personagem se destaca. Trata-se do já conhecido Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da área internacional do banco.

O economista ganhou notoriedade durante as privatizações promovidas por Fernando Henrique, especialmente nos casos da Companhia Vale do Rio Doce e do sistema Telebrás, dois dos maiores negócios do mundo. Em 1998, no episódio conhecido como "Grampo do BNDES", Ricardo Sérgio foi destaque ao ser flagrado confessando como agiam ao costurar negócios para o leilão das teles: "no limite da irresponsabilidade".

Caixa das campanhas de José Serra (1990 a 1996) e de Fernando Henrique (1994 e 1998), Ricardo Sérgio está envolvido em denúncias que vão desde pequenos problemas com a Receita Federal até a suposta cobrança de uma propina de R$ 15 milhões do empresário Benjamin Steinbruch, para favorecê-lo no leilão da Vale e prejudicar os fundos de pensão dos funcionários de estatais. O empresário teria dito, à época, que estava convencido de que Ricardo Sérgio falava em nome do PSDB e decidiu pagar a propina.

Você já leu "O Príncipe" de Maquiavel? está tudo lá a estória de FHC!

Glauber Rocha, ainda na década de 70, chamava FHC de "o Pryncipe" (assim mesmo, com Y), e prometia fazer um filme sobre esta obra com o Fernandinho no papel pryncipal...

É como diz na letra da música dos Titãs (Vossa excelencia). Esse aí é tudo isso e muito mais
só nao vendeu o mastro da bandeira nacional.

De http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

sexta-feira, junho 09, 2006

Estado brasileiro fez clara opção pelos mais pobres, diz FGV

Uma das principais conclusões tiradas do estudo "O Crescimento Pró-Pobre: o Paradoxo Brasileiro", divulgado ontem (8) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é a de que o Estado brasileiro fez uma clara opção pelos mais pobres, com o objetivo de melhorar as condições de vida dessa população.  

Com isso, segundo o economista Marcelo Néri, chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, "o governo está reescrevendo a história do país". Ele explicou que o Estado brasileiro começou a gastar mais em programas sociais e isso explica o aumento da renda dos mais pobres e também a redução das desigualdades verificadas com mais intensidade nos últimos três anos.  

O estudo foi elaborado pela FGV em conjunto com pesquisadores da Organização das Nações Unidas (ONU), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa mostrou que a adoção de políticas públicas e os reajustes dos benefícios pagos pela Previdência Social vêm produzindo "uma brutal redução" nas desigualdades sociais no Brasil.  

Segundo Néri, essa conjunção de fatores fez com que a desigualdade social no Brasil atingisse em 2004 o seu menor nível desde o Censo realizado em 1960. O estudo indica que o país vem avançando desde o início da década na redução das desigualdades entre pobres e ricos. E uma das constatações é a de que no período de 2001 a 2004 a renda total do brasileiro caiu 1,35% ao ano – entre as classes menos favorecidas, no entanto, a renda cresceu 3,07%. Considerando apenas o ano de 2004, enquanto a renda média do brasileiro cresceu 3,6%, a dos mais pobres chegou a aumentar em 14,1%.  

A situação, para Marcelo Néri, é até certo ponto paradoxal, "na medida em que o grosso do bolo caiu, mas o bolo dos pobres continuou crescendo". Ele acrescentou: "É como se os pobres vivessem na China, país com elevadas taxas de crescimento econômico, e o resto dos brasileiros continuasse morando em um país cuja economia se encontra estagnada – e a renda, em queda".  

Na análise do economista, essa década ficará marcada como a da redução das desigualdades, enquanto a de 1990 foi marcada "pela erradicação dos índices crônicos de inflação e pela conquista da universalização do ensino fundamental". Ele ressaltou ainda que "no Brasil a desigualdade de renda quase não mudou ao longo dos últimos 30 anos".  

E destacou o ano de 2004 como "espetacular do ponto de vista da distribuição de renda, um ano atípico na história do país, e hoje em dia o nível de desigualdade brasileira é o mais baixo das séries históricas".

Henrique Fontana anuncia processo contra ACM

Calúnia e truculência

O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), rebateu com veemência, nesta quinta-feira (8), declarações "mentirosas e irresponsáveis" feitas pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que atribuiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a responsabilidade pelos atos de violência ocorridos na Câmara dos Deputados na terça-feira.

"O senador ACM está quebrando todas as regras de convivência democrática de um país, além do decoro parlamentar. E ele será processado por esse desrespeito, calúnia e difamação contra o presidente da República", afirmou Fontana. "O truculento, autoritário e desrespeitoso senador ACM não sabe fazer política na democracia".

O senador pefelista, em sua irada reação à invasão da Câmara promovida pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), chegou a fazer a apologia do regime de 1964 e, ao criticar o presidente Lula, pediu uma ação dos militares: "Onde estão as Forças Armadas? Quero dizer aos comandantes militares: reajam enquanto é tempo, antes que o Brasil caia na desgraça de se tornar uma ditadura sindical", declarou ACM.

O senador baiano ainda atacou o ministro da Defesa, Waldir Pires, seu adversário político na Bahia, qualificado como "subversivo", e o próprio presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a quem chamou de "covarde" pela suposta reação tímida ao MLST.

Em pronunciamento no plenário, Fontana ressaltou que ACM "não é democrata", e por isso também não concordou com a atitude "de firmeza e serenidade" do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que "agiu como um democrata e não permitiu que forças policiais entrassem no Parlamento".

Sem moral
Fontana destacou que ACM "não tem moral" para fazer as críticas, lembrando o episódio da violação do painel do Senado, em 2001, quando o senador baiano protagonizou o escândalo e renunciou o mandato.

"Será que um homem que saiu pela porta dos fundos do Senado Federal, porque foi capaz de violar um painel numa votação secreta dentro do Parlamento brasileiro tem alguma moral para fazer críticas?", indagou o líder do PT. "Ele (ACM) agiu com truculência e desrespeito contra o Parlamento brasileiro da mesma forma ou até pior do que fizeram os vândalos na última terça-feira na Câmara, ação que teve o nosso total repúdio", completou o líder.  

Para o líder petista, o senador ACM sente "saudade" dos tempos em que a ditadura militar fechou o Congresso Nacional, porque é acostumado ao "desprezo à democracia" e não tem "moral" para acusar o presidente Lula de corrupto, porque se serviu do governo ao longo dos últimos 40 anos, até a chegada do atual governo.

"O senador fica contrariado e não se conforma porque o Brasil de hoje é bem melhor dirigido do que nos tempos em que ele (ACM) era da copa e da cozinha do Poder, e estava acostumado com as benesses do governo e com o tráfico de influência, que sempre exerceu", disse.

Na avaliação de Henrique Fontana, o senador ACM "não sabe fazer política com dignidade e honradez", e trabalha com base "na técnica nazista" de repetir muitas vezes uma mentira para tentar convencer a sociedade brasileira.

"Mesmo que o desrespeitoso senador ACM fique contrariado com a realidade, a verdade é que o Brasil hoje é uma democracia e o povo, soberanamente, elegeu o presidente Lula. Um líder sindical, um grande brasileiro e uma das grandes lideranças políticas deste País", disse o líder do PT.

quarta-feira, junho 07, 2006

ACM precisa ser processado

(por Valter Pomar, secretário nacional de Relações Internacionais do PT)

Na manhã desta quarta-feira 7, o jornalista Alexandre Garcia disse no telejornal Bom Dia Brasil que o vandalismo na Câmara dos Deputados lembra fato ocorrido em 1989, quando, segundo ele, petistas teriam seqüestrado Abílio Diniz.

Ocorre que os seqüestradores não eram petistas. O PT foi acusado de envolvimento, graças à postura de parte da mídia e graças à "ajuda amiga" do governo de São Paulo, que obrigou pelo menos um seqüestrador a vestir a camisa do PT.

A afirmação de Alexandre Garcia é tão abusiva, que parece ato falho. Aliás, há pelo menos três hipóteses para o quebra-quebra na Câmara: a primeira, que o MLST tenha decidido fazer o que fez. A segunda, que as pessoas presentes à manifestação não tivessem preparo político e ideológico, daí o total descontrole. A terceira hipótese é que tenha havido infiltração e provocação.

A divulgação, pela TV Câmara, de uma fita de vídeo onde estaria registrada a reunião onde se planejou a ação, reforça esta última hipótese. Neste sentido, Alexandre Garcia pode ter razão: este episódio parece com o seqüestro do Abílio Diniz. Parece uma armação, extremamente conveniente para a oposição de direita, que está com dificuldades para crescer nas pesquisas.

A direção e a bancada do PT condenaram o vandalismo. Bruno Maranhão foi afastado da executiva nacional. Cabe agora investigar o que de fato ocorreu. E fazer uma defesa enfática das liberdades democráticas.

A direita exigiu que Aldo Rebelo, presidente da Câmara dos Deputados, convocasse as "tropas" para dentro do Congresso. Há quem pense que a oposição queria uns cadáveres, para neutralizar os efeitos da política de insegurança praticada pelos tucanos no estado de São Paulo. A direita aproveitou do episódio para defender a criminalização dos movimentos sociais, quando o que este país precisa é de mais mobilização e de mais governos que respeitem os movimentos.

O mais grave, entretanto, foi o posicionamento do senador Antonio Carlos Magalhães. Vejamos suas palavras, ditas no plenário do Senado, tal como foram divulgadas na imprensa:

"Eu pergunto: as Forças Armadas do Brasil, onde é que estão agora? (...) Foi uma circular do presidente Castelo Branco, em março de 64, mostrando que o presidente da República não poderia dominar o povo sem respeitar a Constituição, que deu margem ao movimento de 64. (...) As Forças Armadas não podem ficar caladas. Esses comandantes estão aí a obedecer a quem? A um subversivo? Quero dizer, neste instante, aos comandantes militares, não ao ministro da Defesa porque ele não defende coisa nenhuma (...), reajam enquanto é tempo. Antes que o Brasil caia na desgraça de uma ditadura sindical presidida pelo homem mais corrupto que já chegou à Presidência da República".

Lembremos que em 1964 era corrente a acusação de que Jango e Brizola queriam uma "república sindicalista". O senador deveria ser processado por incitação ao golpe. Afinal de contas, há vários tipos de vândalos. O senador é do tipo mais perigoso.

Lula condena violência e reafirma diálogo com movimentos sociais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (7) os atos de violência praticados ontem pelo MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) e lembrou que, no seu governo, as portas do Palácio do Planalto sempre estiveram abertas para a reivindicação e a negociação.

"Aqui já entrou sem-terra, sem-teto, todo tipo de movimento que vocês possam imaginar. Nunca, em nenhum momento, criamos qualquer dificuldade para que o movimento pudesse vir aqui, entregar reivindicações, reclamar. E vamos continuar agindo assim", destacou.

As declarações foram dadas na cerimônia de envio de projeto de lei para estimular a produção audiovisual no país. Segundo o presidente, as pessoas podem protestar, mas não usando a violência.

"O que vimos ontem não foi uma cena de democracia, foi uma cena de vandalismo de pessoas que perderam o limite de responsabilidade no trato da coisa pública", disse. "Quem praticou vandalismo pagará pelo vandalismo praticado. Quem pratica democracia será beneficiado pela democracia que nós estamos construindo", acrescentou.

O presidente lembrou que começou a vida política nos movimentos sociais e sindicais e que sempre defendeu o respeito aos limites impostos pela democracia.

"Na minha cabeça, sempre permeou a certeza de que a democracia também nos impõe limites de responsabilidade e limites das coisas que podemos ou não fazer. Na medida em que extrapolarmos os limites impostos pela democracia, estaremos cometendo atos ilegais, e, portanto, estaremos à disposição de pagar o preço de desrespeitar a democracia", afirmou.

(Com informações da Agência Brasil)

***

Eu tentei comentar no post anterior mas estava fora do ar. Todos os comentários podres da corja são previsíveis, mas um me chamou atenção especial, o que diz que "
a ação resulta do estímulo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a esses movimentos sociais". Posso estar enganada, mas senti um tom de desprezo a "esses movimentos sociais" com quem diz "essa gentinha", "esses desclassificados". Mais uma vez, tomam a parte pelo todo com o único intuito de confundir, de jogar o povo contra quem os defende, de desmoralizar quem tem o topete de ser mais decente que eles. Claro que existem baderneiros nos movimentos sociais, como não negamos que existem corruptos safados no PT, estes indivíduos, e não a entidade, devem ser indiciados e punidos de acordo com a lei. Só não entendo porque que a matança de São Paulo foi toda culpa do Marcola, "o" todo-poderoso!

terça-feira, junho 06, 2006

Aécio e Alkmin querem colar o badernaço ao governo. Durante as rebeliões em SP, onde estavam?

O pré-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, classificou o ato de "baderna", dizendo que a ação resulta do estímulo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a esses movimentos sociais. "Isso é falta de o governo colocar-se na posição de autoridade no cumprimento da lei. Não podemos tolerar movimentos que ajam à margem da lei. Esse fato não é contra o Congresso, é contra o país", disse Alckmin a jornalistas, na sede da Comissão Nacional Executiva do PSDB, em Brasília.

Durante a crise em SP, com o PCC superestimulado e MATANDO em todo o Estado, dele não se ouviu nem um pio.

Para o governador tucano de Minas Gerais, Aécio Neves, o ato é inadmissível e deve ser punido com todo rigor. "Esta sensação de impunidade, de vale-tudo, talvez um certo sentimento de companheirismo em relação aos que hoje ocupam o Palácio do Planalto para com esse descumprimento da lei, pode ter sido um estímulo para o que aconteceu agora", declarou Aécio a jornalistas na capital mineira. Na opinião do governador, "se o governo federal tivesse tido um diálogo mais firme com esses movimentos, marcado basicamente pelo respeito à lei, talvez essa ousadia não tivesse acontecido."

Enquanto policiais e até bombeiros MORRIAM pelas mãos do PCC, o cara estava em Noviorque tramando para afastar Alkmin. Não se ouviu nada do governador de Minas a respeito da "ausência de diálogo mais firme com esses movimentos", ou sobre a "sensação de impunidade" daqueles dias. Isso tem nome: covardia, própria dos canalhas.

Ibope: Lula ja vence em SP, reduto de Alkimin

Na última pesquisa do Ibope, Alckmin já havia perdido vantagem sobre Lula no Estado. Desta vez, foi "ultrapassado" pelo presidente, virtual candidato à reeleição, no Estado que governou por cinco anos. Segundo o Ibope, Lula teria 40% dos votos contra 38% de Alckmin. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais. Na sondagem anterior, Alckmin teria 42% dos votos em São Paulo contra 33% de Lula.

A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) teve 4% de intenção de voto, seguida pelo candidato do Prona, Enéas Carneiro, com 3% e e pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), teve 1% de intenção de voto.

Em um eventual segundo turno, Alckmin teve 46% dos votos na simulação do Ibope, contra 43% do presidente Lula.

O quadro eleitoral também melhorou para o presidente na taxa de rejeição, que caiu de 33% para 30%. O "campeão" dessa taxa ainda é o candidato do Prona, com 44% dos votos. Alckmin está empatado nesse quesito com o senador Pedro Simon, com 17%. Na pesquisa de abril, o ex-governador tinha 11% de taxa de rejeição.

A pesquisa divulgada hoje (6/6/06) foi feita pelo Ibope, sob encomenda da Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região). Foram ouvidas 1.204 pessoas em 62 municípios do Estado entre os dias 2 e 4 deste mês.

Da Folha Online.

segunda-feira, junho 05, 2006

Emprego formal cresce nas principais capitais do País

Pesquisa do IBGE mostra que porcentual dos trabalhadores com carteira assinada é o maior desde 2003
Nilson Brandão Junior – Estado de São Paulo, 5 de junho de 2006

Está ocorrendo uma mudança estrutural no mercado de trabalho no País. Apesar do crescimento mais fraco do pessoal ocupado este ano, a composição está mudando, com maior peso do emprego com carteira assinada. Conforme estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em abril o grau de formalização do mercado de trabalho já ultrapassou 54% do total, maior taxa desde o início da nova série da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O nível, que era de 50% em 2003, ano de baixo crescimento e piora na qualidade do emprego, deverá superar os 55% este ano.

Os resultados mostram que, finalmente, o emprego formal consegue reagir nas áreas captadas pela pesquisa, as regiões metropolitanas, justamente as que mais sofreram com o avanço da informalidade na década passada. Nas seis regiões - São Paulo, Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife - 10,8 milhões dos 19,8 milhões de trabalhadores eram empregados com carteira no setor privado ou no setor público. A oferta de vagas formais vem crescendo em paralelo ao recuo de novas ofertas informais, reação iniciada no ano passado.

"As regiões metropolitanas, onde aumentou a informalidade nos anos 90, agora estão cristalizando uma mudança de tendência, acompanhando o aumento do grau de formalidade das regiões do interior (não metropolitanas), que já vinha ocorrendo", analisa o economista e consultor do Ipea Marcelo Ávila. Segundo ele, agora, capitais e interior estão andando na mesma direção, da formalidade. Nos anos 90, as áreas não metropolitanas contrabalançaram o avanço da informalidade nos grandes centros.

Alguns dos motivos para esse movimento é o avanço das exportações. Tradicionalmente, as contratações do setor são feitas com carteira assinada por se tratar de grandes empresas que têm de responder às exigências do mercado internacional. Também o aumento da fiscalização trabalhista, em geral, e o crescimento da economia como um todo têm alavancado a formalidade.

O caso de André Luís da Silva reflete bem o movimento. Desde o início do ano, ele vinha fazendo biscate numa equipe que descarregava caminhões de uma grande rede de varejo. Há dois meses foi contratado, com carteira assinada, em uma delicatessen no Centro do Rio, a Lucaddeli, onde prepara sanduíches sofisticados. "A estabilidade de um emprego com carteira é mil vezes maior do que a de um emprego que não oferece nenhum benefício."

Ele conta que a mulher, Michele da Silva Roque, também passou a trabalhar com carteira assinada num restaurante. "Foi uma ótima notícia para os dois. Caiu do céu", diz o balconista. Na mesma delicatessen, André Luis da Silva conta uma história parecida de ingresso no mercado formal. "Tenho certeza de que tenho uma garantia, décimo-terceiro."

Ávila explica que os dados indicam que tem havido crescimento no emprego só para o contingente de pessoas que trabalham com registro. Ele alerta que nas regiões pesquisadas os postos de trabalho totais vêm avançando num ritmo mais fraco. "Tem havido redução na criação geral de vagas, mas as únicas que vêm crescendo são as formais, de maior qualidade."

Segundo o economista, os dados permitem concluir que pode estar havendo migração de pessoas do setor informal para o formal. Ele calcula que houve recuo de 377 mil vagas no pessoal ocupado em abril ante dezembro - o recuo é sazonal, mas este foi o maior em três anos. O resultado revela que o emprego formal cresceu em 72 mil postos (privados e públicos), comparado com o fim do ano, e que a queda se concentrou nos empregos sem carteira (215 mil) e conta própria (167 mil). Comparado a abril de 2005, foram mais 281 mil vagas - menor crescimento nesta base de comparação dos últimos anos -, mas dominado pela oferta formal (412 mil) e com variação negativa para os informais (196 mil).

"Está claro que houve uma mudança inequívoca na composição do crescimento da ocupação", diz Ávila. "Parece que a tendência vai continuar nos próximos meses."

Um risco para o movimento é a perda de vigor das exportações, o que pode ser compensado pelo maior dinamismo interno e a expectativa de um crescimento do PIB perto dos 4%.

O economista da MB Associados Sérgio Valle explica que a formalização se sobressai em momentos de maior crescimento econômico e em situações em que há maiores facilidades de crédito. "É mais fácil para as empresas tomarem crédito sendo formais e a formalização do empregado é conseqüência disso."

A iniciativa de Luiz Cláudio Santos Barros vai nessa direção. Ele fundou o Sucolé do Claudinho, venda de polpa de fruta dentro de saquinhos plásticos na Praia de Ipanema. O empreendimento começou há 16 anos, quando Santos Barros passou a vender o produto fabricado por sua mulher. Atualmente, ele trabalha com uma equipe de vendas uniformizada na praia: 16 pessoas que vendem 7 mil unidades por fim de semana. Há dois meses, ele conseguiu formalizar o negócio e formou a Sucolé do Claudinho Indústria e Comércio Ltda.

Além das garantias trabalhistas, a formalização cria outros benefícios. "As vantagens do aumento do emprego com carteira assinada são claras. Há um aumento da arrecadação e, com a diminuição da informalidade, você conseguiria diminuir a carga tributária e obter o mesmo nível de arrecadação, pelo menos. Há também uma melhora para o INSS por causa do aumento da arrecadação", diz Valle.

domingo, junho 04, 2006

Do choque à falta de lucidez

(por Glauber Piva, Secretário Nacional de Cultura do PT)

FHC e seus amigos, de tanto clamarem por choques, parecem ter perdido a lucidez.

Em palestra na faculdade de medicina da USP, com ares de indignado, FHC repetiu o mantra tucano-pefelê de que o Brasil precisa de um “choque moral”. Embalado pelo belíssimo trabalho realizado na segurança pública no estado de São Paulo, Alckmin é outro que vive pedindo “choque de gestão”. Talvez seja pela fixação em descargas elétricas que eles escolheram como candidato a vice o ministro do apagão, o senador José Jorge.

Ao defender um choque moral, provavelmente FHC defende que seja ampliado o combate à corrupção. Todos concordamos em combater e eliminar a corrupção no Brasil. O problema é que, ao criar um slogan como esse, FHC, que pouco fez nessa área, presta um desserviço ao país, embaralhando e confundindo as idéias para que o importante saia do foco.

Não há dúvidas sobre a diferença entre o trabalho de combate à corrupção realizado no governo Lula e o pouco que aconteceu no governo anterior. Eleita como prioridade, a Polícia Federal no governo Lula realizou mais de 180 operações, 2.961 prisões e aumentou em 61,5% seu efetivo, desbaratinando várias quadrilhas, muitas delas envolvendo funcionários públicos, empresários e parlamentares. Mas a questão não é apenas comparativa – até porque é muito injusto comparar o incomparável; os números são muito cruéis com FHC.

O convívio com a corrupção não é privilégio da sociedade brasileira. A tentativa de levar vantagem e corromper, infelizmente, tem sido vivenciada por várias nações. A isso, porém, o Brasil somou uma indecorosa desigualdade social e regional e uma incivilizada concentração de poder e renda na mão de pouquíssima gente, a maioria localizada no centro-sul do país.

Ao tentar classificar os problemas do Brasil como morais, FHC usa de uma lógica privada para tratar de questões públicas. Nosso problema não é moral, mas político. A boa ou má qualidade dos políticos é uma circunstância que só pode ser avaliada – e corrigida, se for o caso – pelo bom exercício da cidadania e pela solidez de nossas instituições. Como nos ensina a professora Marilena Chauí, “uma ética pública só é possível pela boa qualidade das instituições públicas”. O contrário disso, como quer fazer parecer FHC, é depositar as esperanças e energias nas virtudes das pessoas, o que é antidemocrático e ilusório.

FHC alimenta essa ilusão de conteúdo privado para manter a coerência com o que fez no seu governo: tratou o patrimônio público como coisa particular, privatizando quase tudo, aumentando a dívida pública e o desemprego, elevando o risco-país, controlando o câmbio artificialmente e levando o país à beira da falência. A moralidade pretendida por ele é a que pretende eleger supostos tutores do povo e nega a participação popular na decisão dos rumos do país.

Certamente é isso o que o incomoda. Fernando Henrique e seus aliados não se conformam com tantas conferências nacionais, com a descriminalização dos movimentos sociais e com tanta gente sendo convidada a participar da construção de um país menos desigual e efetivamente democrático. Essa nova e civilizada relação entre Estado e sociedade é inaceitável. Para eles, como já demonstraram em seus governos, a participação do povo é imoral.

A dupla FHC-Alckmin tem defendido um choque de gestão, que é uma tese oca. O que é um choque de gestão? É repetir o que foi feito em São Paulo nos últimos 12 anos? É construir Febens pelo país? É tratar a cultura como negócio? É destruir o meio-ambiente em nome de “lucrativas” estradas? É levar o estado a crescer menos que a média nacional? É distribuir a pobreza e concentrar a riqueza? É esse o choque de gestão tucano?

O Brasil não precisa de choques, mas de trabalho e serenidade. De fortalecimento das instituições. No Brasil de hoje, a realidade se volta contra os antigos donos do poder. Depois de 20 anos, a desigualdade começou a diminuir, a escolaridade da população tem aumentado e o interesse por política dobrou, o que fez com que a influência dos pretensos formadores de opinião diminuísse. Hoje, a formação da opinião não é privilégio das classes médias, dos intelectuais ou dos meios de comunicação – e nós já aprendemos que opinião pública e opinião publicada são coisas bem diferentes.

Se a ansiedade pela correção dos erros fosse sincera, apresentariam propostas que tivessem impacto duradouro e contribuíssem para o fortalecimento das instituições públicas. Mas preferem a luminosidade efêmera das manchetes. Uma ampla reforma política, que alterasse as regras de financiamento de campanha e as relações entre bancadas no congresso, certamente ajudaria a corrigir os problemas que dizem indigná-los. Mas quem muito choque busca, pouca luz encontra.

Profetas do passado e apóstolos do caos, FHC e Alckmin defendem os choques por não lhes interessar a luz. Defendem os choques por lhes interessar escurecer o debate, embaralhar a visão. Mais atento e autônomo, é um Brasil megadiverso que vai escolher seu destino, sem tutelas, sem choques, com lucidez.